
O que se espera quando assistimos a um filme de ação é o encontro do herói com várias situações e personagens que o transportam pela história até seu clímax e conclusão. Mas, e quando esse filme de ação não apresenta nada mais que o herói, um único lugar, sozinho por quase toda a narrativa e vivenciando a única e verdadeira situação?
Quando em 2003 Aron Ralston, um jovem canyonista, vivenciou o maior terror de sua vida ao ficar preso pelo braço em uma rocha no fundo de um cânion, provavelmente jamais imaginou, diante do grande dilema em que se encontrava, que o episódio seria transportado para o cinema sete anos depois pelo diretor Danny Boyle (“Trainspotting”, “A Praia”, “Quem Quer Ser um Milionário”), e que o filme fosse, provavelmente, tão angustiante e apreensivo quanto o que vivenciava naquele momento.
Quem dá vida à Ralston na telona é o talentoso James Franco (lembramos bem dele em Homem Aranha), que brilha no filme e muito provavelmente espelha exatamente a mesma aflição vivenciada pelo verdadeiro Aron Ralston. Mais que merecidamente, sua atuação lhe rendeu a indicação ao Oscar de melhor ator e, na opinião deste que vos escreve, foi o principal concorrente com o vencedor do prêmio, Colin Firth (que também desempenhou extraordinariamente seu papel em “O Discurso do Rei” de Tom Hooper).
E se temos de um lado a feliz atuação de Franco, por outro lado também devemos exaltar bem a bela montagem do filme, que por várias vezes demonstra de forma genial aquele processo pelo qual todos nós já passamos um dia de “putz, eu deveria ter feito aquilo, e então isso não teria acontecido” ou especificamente “Se eu tivesse trazido meu gatorede, não estaria morrendo de sede agora”, tudo bem construído com imagens simultâneas no quadro e regado com uma trilha musical no mínimo perfeita. Então em vários momentos somos transportados não só ao drama do herói, mas a dramas pessoais que, com certeza, já passamos.
É claro que algum bobinho sempre dirá “Nossa, violência demais e desnecessária! Não gostei” (não se preocupe, não sou o tipo de crítico que conta o fim do filme). Sim, há violência digna de embrulhar o estômago, mas a exemplo de “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson (não comparando os dois filmes, e sim os comentários posteriores sobre a violência), eu digo: Todo mundo adora comentar o quão determinado personagem (Jesus Cristo/Aron Ralston) sofreu, e toda a provação pela qual passou para que pudesse triunfar no final, mas NINGUÉM gosta de VER realmente como foi esse processo. Falsa Moral? Talvez...
E, ao final, você tem a nítida noção de ter acabado de presenciar uma grande história de superação, e que apesar de toda a desgraça vivida, beber água numa poça nojenta é a melhor coisa que você já fez na vida.
tipo um "fala que eu te escuto"....no final é sempre "tá e daí?"
ResponderExcluirTa, e daí vc desliga o DVD e vai viver a sua vida, como qualquer outro filme. O que cabe é gostar ou não do que assistiu, e ver o que pode levar pra sua vida ou não.
ResponderExcluirpra isso que já existe a vida.
ResponderExcluireu ODEIO, tenho ÓDIO MORTAL, de mensagens de superação e essas merdas todas.
só falta me dizer que ele achou jesus debaixo da pedra.
num é um filme COM mensagem de superação. É um filme DE superação...
ResponderExcluiraliás... você assistiu?
não... se eu quisesse ver um filme similar e NÃO CHATO, veria Abismo do Medo, de novo.
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